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Um jeito divertido de absorver conteúdo


Dom Casmurro














Livro: Dom Casmurro

Autor: Machado de Assis

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Resumo:

Explica-se, primeiramente, o nome do livro e o porquê da alcunha a Bento Santiago de “Dom Casmurro”; o “Casmurro” por ter hábitos reclusos e calados, o “Dom” para ironicamente dar ares de fidalgo.

Este narrador-personagem, depois de tentar, sem sucesso, reconstituir sua vida através de uma cópia de sua casa na infância, Dom Casmurro ou Bentinho, como era chamado o personagem na sua infância, decide atar as duas pontas da sua vida, através de um livro, uma auto-biografia, tentando restaurar na velhice a adolescência e desta forma viver o já vivido.

Ele morava em uma casa com sua mãe D.Glória, uma viúva, tio Cosme e prima Justina e também José Dias, agregado da família, que já era considerado como membro desta.

Era Novembro de 1857, Bentinho escutou uma conversa, entre José Dias e sua mãe, este aconselhava D.Glória a colocar Bentinho no seminário o mais rápido possível, a fim de cumprir uma promessa feita no passado, porque já havia a desconfiança de que Bentinho estivesse apaixonando-se por uma vizinha, amiga de infância, Capitu.

Após escutar aquela conversa Bentinho acorda sentimentos que ainda não havia percebido e passa realmente a gostar de Capitu, após declarar-se e ser correspondido, começa a fazer mil planos para não ir para o seminário, mas não conseguiu escapar do destino imposto pela religiosidade da mãe.

Foi para o seminário, onde conheceu seu melhor amigo, Escobar e só conseguiu sair de lá após convencer sua mãe a custear os estudos de um outro menino e faze-lo padre em seu lugar.

Formou-se em Direito e retornou para casar-se com Capitu.

Escobar também saiu do seminário, casou-se com Sancha, a melhor amiga de Capitu e engajou-se no ramo do comércio, pouco tempo depois teve uma filha que chamou Capitolina, em homenagem a Capitu, pois os dois casais ficaram muito amigos.

Bentinho e Capitu, depois de um tempo de espera, conseguiram ter um filho que veio a chamar-se Ezequiel, em homenagem a Escobar, que chamava-se Ezequiel.

O tempo foi passando, a vida transcorria muito bem, até que um dia chega a notícia de que Escobar tinha morrido afogado, no enterro, Bentinho percebe que Capitu estava triste demais, mais que o normal e que tentava dissimular a tristeza.

No dia seguinte à morte de seu amigo, Bentinho repara na fotografia que tinha em sua casa do falecido, e nota uma semelhança com seu filho, a partir daí, começa então a surgirem fatos, situações e lembranças que comprovam que havia sido enganado pela sua esposa e seu melhor amigo.

O sentimento de traição era horrível e Bentinho até tentou suicidar-se, mas Ezequiel o fez perceber que apesar de ser um filho bastardo, havia o sentimento amoroso entre pai e filho.

Ezequiel foi colocado em um internato, mas à medida que o tempo foi passando sua semelhança com o falecido foi aumentando e nos finais de semana era impossível para Bentinho sentir-se em paz.

Bentinho não conseguiu expor claramente suas idéias para Capitu, não houve uma conversa muito clara entre o casal e Capitu por sua vez disse que a semelhança do menino com Escobar era casualidade do destino, mas mesmo assim decidiram partir para uma separação amigável, mantendo as aparências.

Bento resolveu então levar a família à Europa, e voltou de lá sozinho.

Viajou outras vezes à Europa, mas nunca mais voltou a ver Capitu.

O tempo foi passando e morreram Tio Cosme, D.Glória e José Dias.

Certo dia, Ezequiel voltou da Europa anunciando a morte de Capitu, Bentinho achou-o a imagem perfeita de Escobar. Passados alguns meses Ezequiel viaja para o Oriente Médio, onde morre de febre tifóide.

O adultério não foi comprovado já que o narrador-personagem apresenta uma série de provas e contraprovas, como por exemplo o fato de Capitu ser tão parecida com a mãe de Sancha sem haver parentesco algum entre elas.

Mortos todos, familiares e velhos conhecidos, Bentinho em sua vida fechada ainda tem algumas amigas que o consolam, mas jamais esquece o seu grande amor que, provavelmente, o traíra com seu grande amigo.

A narrativa de seu livro se mostra eficaz ao tentar atar duas pontas de sua vida: a adolescência com a velhice e após o término, para esquecer o relembrado, o revivido, nada melhor que escrever um outro livro: Uma História dos subúrbios do Rio de Janeiro.

A obra é um conto, não sendo educativo em si. Apresenta algumas passagens do “Otelo” de Shakespeare e comparações com Deuses Gregos. Apresenta uma lição de moral que é “não se deve confiar nos amigos e amigas de infância”. Não foi de todo bom, segundo essa crítica, pois se fosse escrito atualmente não seria considerado original, já que, é um caso de triângulo amoroso, a história de um jovem que se recusa ir ao seminário, são temas comuns à atualidade e mesmo em alguns programas de televisão, porém é ótimo ao mostrar a sociedade brasileira no século passado.

Segundo Freud, a relação afetiva com os pais e, sobre tudo com o pai, é de maior importância para o futuro, para uma considerada futura neurose. Isso serve para Bentinho, já que este não tinha pai e segundo Freud sofre do chamado complexo de Édipo.

Em sua crítica José Guilherme Merquior diz que o estilo narrativo de Dom Casmurro não discrepa dos dois romances precedentes que é sempre dos capítulos curtos. Diz que os títulos dos mini-capítulos servem com tom sarcástico.

José Guilherme diz que Machado de Assis não apresenta suas personagens, mas sim denúncias. Sua arte é sugestionada ao máximo.

Tem um humor feito de citações literárias, alusões mitológicas, linguagem figurada e expressões sentenciosas.

Já Barreto Filho diz que Machado de Assis vai a busca do trágico e sua visão em si se detém nas aparências das coisas. Sua arte tem a expressão (sentimento+razão) que é o ideal de Machado.

Dom Casmurro é uma contribuição brasileiríssima ao motivo básico da arte impressionista: a expressão elegíaca do tempo.

Antônio Cândido ressalta que os críticos que estudaram Machado nunca deixaram de inventariar sobre as causas do seu tormento social e pessoal, por isso, analisando o aspecto da vida intelectual, percebe-se que Machado sempre foi apoiado e aos cinqüenta anos já era considerado o maior escritor do país.

Finalizando, de tudo o que foi dito, resulta algo positivo para a crítica: a noção de que não era preciso ler com os olhos convencionais, mas com o senso desproporcionado e mesmo do anormal.

Video:

http://www.youtube.com/watch?v=A83KoQ8kL1o

O cortiço










Livro: O cortiço

Autor: Aluísio Azevedo

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Resumo:

Um homem qualquer, trabalhador e muito economizador adquire fortuna, amiga-se a uma negra de um cego e sente cada vez mais sede de riqueza. Arranja confusões com um novo vizinho(Miranda) ao disputar palmos de terra. Chega a roubar para construir o que tanto almejava: um cortiço com casinhas e tinas para lavadeiras. Prosperou em seu projeto. João invejava seu vizinho. Veio morar na casa de Miranda, Henrique, acadêmico de medicina, a fim de terminar os estudos. Nessa casa, além de escravos e sua família morava um senhor parasita (Botelho, ex-empregado). D. Estela (esposa de Miranda) andava se "escovando" com o Henrique, porém acabaram sendo flagrados pelo velho Botelho.

O cotidiano da vida no cortiço ia de acordo com a rotina e a realidade de seus moradores, onde lavadeiras eram o tipo mais comum. Jerônimo (português, alto, 35 a 40 anos), foi conversar com João oferecendo-lhe serviços para a sua pedreira. Com custo, depois de prosearem bastante, João aceitou a proposta, com a condição dele morar no cortiço e comprar em sua venda. A mudança de Jerônimo e Piedade se sucedeu sob comentários e cochichos das lavadeiras. Após alguns meses eles foram conquistando a total confiança de todos, por serem sinceros , sérios e respeitáveis. Tinham vida simples e sua filhinha estudava num internato. No domingo todos vestem a melhor roupa e se reúnem para jantar, dançar, festejar, tudo muito a vontade. Depois de três meses Rita Baiana volta. Nessas reuniões sobressaia o "Choro", muito bem representado pela Baiana e seu amante Firmo.

Toda aquela agilidade na dança deixara Jerônimo admirado ao ponto de perder a noite em claro pensando na mulata. Pombinha tirava esses dias para escrever cartas. Henrique entretia-se a olhar Leocádia, que em troca de um coelho satisfez sua vontade física(transa), quando foram pegos por Bruno(seu marido), que bateu na mesma e despejou-a de sua casa depois de fazer um baita escândalo. Jerônimo mudou seus costumes, brigava com sua e a cada dia mais se afeiçoava pela mulata Rita. Firmo sentia-se enciumado. Florinda engravidou de Domingos (caixeiro da venda de João Romão), o mesmo foi obrigado a casar-se ou fornecer dotes.

Foi aquele rebuliço em todo cortiço, nada mais falavam além disso, Florinda viu-se obrigada a fugir de casa. Léonie(prostituta alto nível) aparece emperiquitada com sua afilhada Juju, todos admiravam quanta riqueza, mas nem por isso deixaram sua amizade de lado. Léonie era muito amiga de Pombinha. Na casa de Miranda era uma festa só! Ele havia sido agraciado com o título de Barão do Freixal pelo governo português. João indagava-se, por não ter desfrutado os prazeres da vida, ficando só a economizar. Diante de tal injúria, com muito mau humor implicava com tudo e todos do cortiço. Fez despejar na rua todos os pertences de Marciana. Acusou-a de vagabunda, acabando ela na cadeia.

A festa do Miranda esquentava e João recebeu convite para ir lá, o que o deixou ainda mais injuriado. O forró no cortiço começou, porém briga feia se travou entre Jerônimo e Firmo. Barricada impedia a polícia entrar, o incêndio no 12 fez subir grande desespero, era um corre-corre, polícia, acidentados (Jerônimo levou uma navalhada) e para finalizar caiu uma baita chuva.João foi chamado a depor, muitos do cortiço o seguiram até a delegacia, como em mutirão. Rita incansavelmente cuidava do enfermo Jerônimo dia e noite.

No cortiço nada se dizia a respeito dos culpados e vítimas. Piedade não se agüentava chorando muito descontente e desesperada por seu marido acidentado. Firmo não mais entrava por lá, ameaçado por João Romão de ser entregue a polícia. Pombinha amanheceu indisposta decorrente da visita feita no dia anterior à Léonie. Esta, como era de seu costume, atrancou Pombinha em beijos e afagos, pois era além de prostituta, lésbica. Isso deixara a menina traumatizada, que por força e insistência de sua mãe, saiu a dar voltas atrás do cortiço, onde cochilou, sonhou e ao acordar virou mulher.

A festa se fez por D. Isabel, ao saber de tão esperada notícia. Estava Pombinha a preparar seu enxoval quando Bruno chegou e lhe pediu que escrevesse uma carta a Leocádia. Ele chorava... Ela, ao ver a reação de submissão dele, desfrutava sua nova sensação de posse do domínio feminino. Imaginava furtivamente a vida de todos, pois sua escrivania servia de confessionário. Via em seu viver que tudo aquilo continuaria, pois não haviam homens dignos que merecessem seu amor e respeito. Pombinha, mesmo incerta, casa-se com o Costa, foi grande a comoção no cortiço. Surgiu um novo cortiço ali perto, o "Cabeça de Gato". A rivalidade com o cortiço de João Romão foi criada. Firmo hospedou-se lá, tendo ainda mais motivos contra Jerônimo. João, satisfeito com sua segurança sobre os hóspedes, investia agora em seu visual e cultura, com roupas, danças, leituras e uma amizade com Miranda e o velho Botelho.

Ele e o velho estavam tramando coisa com a filha do Barão. Fez-se um jantar no qual João foi todo emperiquitado. João naquele momento de auge em sua vida, via-se numa situação em que necessitava livrar-se da negra, chegou a pensar em sua morte. Sem nem mesmo repousar após sua alta do hospital, Jerônimo foi conversar com Zé Carlos e Pataca a respeito do extermínio do Firmo. O dia corria, João proseava com Zulmira na janela da casa de Miranda, sentindo-se familiarizado. Jerônimo foi realizar seu plano encontrando-se com os outros dois no Garnisé (bar em frente ao cemitério).

Pataca entrou no bar, encontrou por acaso com Florinda, que se ajeitara na vida e dera-lhe notícia que sua mãe parara num hospício. Firmo aparece e Pataca o faz sair até a praia com pretexto de Rita estar lá. Muito chapado seguiu-o. Lá os três treteiros espancaram-lhe e lançaram-lhe ao mar. Chovia muito e ao ir para casa, Jerônimo desiste e se dirige à casa da Rita. O encontro foi efervescente por ambas as partes. Tudo estava resolvido, fugiriam no dia seguinte. Piedade, ao passar das horas, mais desesperada ficava. Ao amanhecer do dia chorava aos prantos e no cortiço nada mais se ouvia senão comentários sobre o sumiço do Jerônimo.

A morte de Firmo já rolava solta no cortiço. Rita encontrava-se com Jerônimo. Ele, sonhando começar vida nova, escreve logo ao vendeiro despedindo-se do emprego, e à mulher constando-lhe do acontecido e prometendo-lhe somente pagar o colégio da garota. Piedade e Rita se atracaram no momento em que a mulata saía de mudança, o cortiço todo e mais pessoas que surgiram, entraram na briga. Foi um tremendo alvoroço, acabara sendo uma disputa nacional (Portugueses x Brasileiros).

Nem a polícia teve coragem de entrar sem reforço. Os Cabeças de Gato também entraram na briga. Travou-se a guerra, a luta dos capoeiristas rivais aumentava progressivamente quando o incêndio no 88 desatou, ensangüentando o ar. A causa foi a mesma anterior, por um desejo maquiavélico, a velha considerada bruxa incendiou sua casa, onde morreu queimada e soterrada, rindo ébria de satisfação. Com todo alvoroço, surgia água de todos os lados e só se pôs fim na situação quando os bombeiros, vistos como heróis, chegaram. O velho Libório (mendigo hospedado num canto do cortiço) ia fugindo em meio a confusão, mas João o seguiu.

Estava o velho com oito garrafas cheias de notas de vários valores, essas que João roubou e fugiu, deixando-o arder em brasas. Morrera naquele incêndio a Bruxa, o Libório e a filhinha da Augusta além de muitos feridos. Para João o incêndio era visto como lucro, pois o cortiço estava no seguro, fazendo ele planos de expansão baseado no dinheiro do velho mendigo. Por conseqüências do incêndio Bruno foi parar no hospital, onde Leocádia foi visitá-lo ocorrendo assim a reconciliação de ambos. As reformas expandiram-se até o armazém e as mudanças no estilo de João também alcançavam um nível social cada vez mais alto.

Com amizade fortificada junto ao Miranda e sua família, pediu a mão de Zulmira em casamento. Bertoleza, arrasada e acabada daquela vida, esperava dele somente abrigo em sua velhice, nada mais.Jerônimo abrasileirou-se de vez. Com todos costumes baianos deleitava-se a viver feliz com a mulata Rita. Piedade desolada de tristeza habituara-se a beber e começou a receber visitas aos domingos de sua filhinha (9 anos), que logo cativou todo o cortiço, crismada por todos como "Senhorinha". Acabados por desgraças da vida, Jerônimo e Piedade não mais guardavam rancor um do outro, ambos se estimavam e em comum possuíam somente a filha a cuidar. Jerônimo arrependia-se , mas não voltaria atrás. Deu-se a beber também.

O cortiço não parecia mais o mesmo, agora calçado, iluminado e arrumado todo por igual. O sobrado do vendeiro também não ficara para trás nas reformas. Quem se destacou foi Albino (lavadeiro homossexual) com a arrumação de sua casa. A vida transcorria, novos moradores chegavam. Já não se lia sob a luz vermelha na porta do cortiço "Estalagem de São Romão", mas sim "Avenida São Romão". Já não se fazia o "Choradinho" e a "Cana-verde", a moda agora era o forrobodó em casa, e justo num desses em casa de das Dores, Piedade enchera a cara e Pataca é que lhe fizera companhia querendo agarrá-la depois de ouvir seus lamentos, mas a caninha surtiu efeito (vômito) e nada se sucedeu.

João Romão não pregara os olhos a pensar no que fazer para dar um fim na crioula Bertoleza. Agostinho (filho da Augusta) sofrera acidente na pedreira, ficara totalmente estraçalhado. Foi aquele desespero no cortiço. Botelho foi falar a João logo cedo. Bertoleza ao ouvir, pôs-se respeito diante da situação e exigiu seus direitos, discutiram o assunto e nada resolveram. João se irritara e tivera a idéia de mandá-la de volta ao dono propondo esse serviço ao velho Botelho, que aliás recebia dele remuneração por tudo que lhe prestava. Em volta do desassossego e mau estar de João e Bertoleza o armazém prosperava de vento em poupa aumentando o nível dos clientes e das mercadorias.

Sua Avenida agora era freqüentada por gente de porte mais fino como alfaiates, operários, artistas, etc. Florinda ainda de luto por sua mãe Marciana, estava envolvida agora com um despachante. A Machona (Augusta) quebrara o gênio depois da morte de Agostinho. Neném arrumara pretendente. Alexandre fora promovido à sargento. Pombinha juntara-se à Léonie e atirara-se ao mundo. De tanto desgosto, D. Isabel (mãe de Pombinha) morrera em uma casa de saúde. Piedade recebia ajuda da Pombinha para sobreviver, pois estimava Senhorinha, apesar de saber que o fim da pobre garotinha seria como o seu.

Mesmo assim Piedade foi despejada indo refugiar-se no Cabeça de Gato, que tornara-se claramente um verdadeiro cortiço fluminense. Ocorreu um encontro em uma confeitaria na Rua do Ouvidor, entre a família do Miranda, o Botelho e o João Romão que puseram-se a prosear. Na volta, seguindo em direção ao Largo São Francisco, João e Botelho optaram em ficar na cidade a conversar sobre o fim que se daria a crioula. Estava tudo certo, seu dono iria buscá-la junto á polícia. Quando isso sucedeu-se, ao ver-se sem saída, impetuosa a fugir, com a mesma faca que descamava e limpava peixes para o João, Bertoleza rasgou seu ventre fora a fora. Naquele mesmo instante João Romão recebera um diploma de sócio benemérito da comissão abolicionista.

Video:

http://www.youtube.com/watch?v=3v9V4LetrqI

Capitães da Areia


Livro: Capitães da Areia

Autor: Jorge Amado



















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http://www.culturabrasil.pro.br/zip/capitaesdeareia.pdf

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Resumo:
Retrata os meninos como moleques atrevidos, malandros, espertos, famintos, ladrões, agressivos, falsos, soltos de língua, carentes de afetos, de instrução, de comida.
O livro é dividido em três partes. Antes delas, no entanto, vem uma seqüência de pseudo-reportagens, que caracterizam-nos e mostram diversas visões sobre o caso.
Primeira Parte: Sob a lua, num velho trapiche abandonado. Subdividida em 10 capítulos, a primeira parte apresenta o local em que as ações transcorrerão. Um trapiche(ou armazém abandonado), à beira-mar, que no passado fora um local movimentado e agora está sujo e infestado de ratos. Fora frequentado inicialmente pela marginália, até ser tomado pelo bando dos capitães de areia.
"Sob a Lua, num velho trapiche abandonado, as crianças dormem. Antigamente aqui era o mar. Nas grandes e negras pedras dos alicerces do trapiche as ondas ora se rebentavam fragosas, ora vinham se bater mansamente. A água passava por baixo da ponte sob a qual muitas crianças repousam agora, iluminadas por uma réstia amarela de lua. Desta ponte saíram inumeros veleiros carregados, alguns eram enormes e pintados de estranhas cores, para a aventura das travessias maritimas. Aqui vinham encher os porões e atracavam nesta ponte de tábuas, hoje comidas. Antigamente diante do trapiche se estendia o mistério do mar-oceano, as noites diante dele eram um verde-escuro, quase negras, daquela cor misteriosa que é a cor do mar à noite."
Ao Contrario de outros grupos espalhados pela cidade, os Capitães da Areia têm lider, seguem normas e, principalmente, obedecem a um chefe que cumpre o papel de "manter um lar" para as crianças que ali vivem. Pedro Bala, quase naturalmente surge como um idere tem o papel de harmonizar, manter a ordem e, de certa maneira, ensiná-los a agir sob certas circunstancias. Com Quinze anos, audaz, ativo e conhecedor de todos os recantos da cidade, é marcado por uma cicatriz e por seus cabelos loiros.Poucos lhe conheceram a mãe, e o pai "morrera num balaço". Para firmar a liderança, Pedro Bala destituiu o caboclo Raimundo, pós uma luta pelo "poder".
O ápice da primeira parte vem em dois momentos: quando os meninos se envolvem com um carrossel mambembe que chegou na cidade, e experimentam as sensações infantis; e quando a varíola ataca a cidade e acaba matando um deles, apesar da tentativa do padre José Pedro em ajudá-los, e tendo grandes embaraços por causa disso.
Segunda parte: Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos
Relata a história de amor que surge quando Dora torna-se a primeira "Capitã da Areia". Apesar de inicialmente os garotos tentarem estuprá-la, Dora vira uma espécie de mãe para eles. Mas isto acontecera apenas uma vez.
Terceira parte: Canção da Bahia, Canção da Liberdade
Mostra a desintegração dos líderes. Sem-Pernas se mata antes de ser capturado pela polícia que odeia; Professor parte para o Rio de Janeiro onde torna-se um pintor de sucesso, entristecido com a morte de Dora; Gato se torna um malandro de verdade, abandonando eventualmente sua amante Dalva, e passando por Ilhéus; Pirulito se torna frade; Padre José Pedro finalmente consegue uma paróquia no interior, e vai para lá ajudar os desgarrados do rebanho do Sertão; Volta Seca se torna um cangaceiro do grupo de Lampião e mata mais de 60 soldados antes de ser capturado e condenado; João Grande torna-se marinheiro; Querido-de-Deus continua sua vida de capoeirista e malandro; Pedro Bala, cada vez mais fascinado com as histórias de seu pai sindicalista, vai se envolvendo com os doqueiros e finalmente os Capitães de Areia ajudam numa greve. Pedro Bala abandona a liderança do grupo, mas antes os transforma numa espécie de grupo de choque. Assim Pedro Bala deixa de ser o líder dos Capitães de Areia e se torna um líder revolucionário comunista.
Personagens
• Pedro Bala, o líder, uma espécie de pai para os garotos, mesmo sendo tão jovem quanto os outros, e depois descobre ser filho de um líder sindical morto durante uma greve;
• Volta Seca, afilhado de Lampião, tem ódio das autoridades e o desejo de se tornar cangaceiro;
• Professor (João José), lê e desenha vorazmente, sendo muito talentoso; DESTINO: Foi para o Rio de Janeiro pintar e ficou conhecido por isso;
• Gato, que com seu jeito malandro acaba conquistando uma prostituta, Dalva;
• Boa-Vida, Era um malandro, capoeirista, adorava Querido-de-deus, teve uma queda por Gato logo quando este chegou no Trapiche
• Sem-Pernas, o garoto coxo que serve de espião se fingindo de órfão desamparado (em uma das casas que vai é bem acolhido, mas trai a família ainda assim, mesmo sem querer fazê-lo de verdade);
• João Grande, o "negro bom" como diz Pedro Bala, segundo em comando;
• Querido-de-Deus, um capoeirista que é apenas amigo do grupo;
• Pirulito, tem grande fervor religioso.
• Dora, era a "mãe" de todos do trapiche, é amada por Professor e por Pedro Bala. Fica doente e antes de morrer teve relações sexuais com Pedro Bala. Pedro Bala diz que Dora, ao morrer, vira uma estrela no céu.
• Raimundo era chefe do capitães da areia antes de Pedro Bala, foi ele que cortou o rosto de Pedro Bala, mas logo vai embora.
• Don'Anninha - mãe de Santo amiga dos Capitães da Areia.
• Padre José Pedro -Amigo dos Capitães da Areia e que procura fazer Daqueles meninos homens de bem e crentes em Deus.
Análise
O que o livro "Capitães da Areia" nos transmite, na verdade, é o fato de cada um dos garotos tentar substituir o amor de mãe que lhes falta. Pirulito descobriu Deus para lhe transmitir um pouco desse carinho; Gato descobriu Dalva, uma mulher já feita, muito mais velha que ele, que lhe dava prazer todas as noites; Volta-Seca no seu padrinho, Lampião, que lhe permitia sonhar que um dia se juntaria a ele e juntos lutariam contra o sistema; Professor acha seu afeto na pintura e nela mostra seus sentimentos; e assim por diante. Contudo, a realidade é que, por mais que eles tentem, esse carinho de mãe não pode ser substituído e que há sempre aquele espaço vazio nos seus corações, o que os leva a continuar a conduzir a vida, na maior parte dos casos, pela criminalidade. Mostra também que o problema desses meninos faz parte da nossa realidade e que não são todas as pessoas que se preocupam com isso, tratando esses meninos como delinquentes.

Video:


http://www.youtube.com/watch?v=Hs5_o6eKmwE

Fotonovela pela visão do menino Pirulito do livro Capitães da Areia - Ministrada pela professora Anna Frascolla


Musica:
Temos tambem está musica que retrata a vida dos capitães de areia. Retirada do site letras.mus.br.
Capitães de Areia
TamborES
Composição: Jura Fernandes, João Fernandes
Faz frio à noite e a fome nós faz companhia
Frias pessoas nos negam esmolas todos os dias
E os políticos gostam da nossa fotografia
Enriquecemos suas campanhas cheias de mentiras
Se cheirarmos cola é pela falta de comida
Somos assassinados não, não somos suicidadas
Somos reflexos da sua inútil sociedade
Somos milhares Ambos os sexos varias idades
Somos filhos do progresso, Jovens capitães de areia
Trombadinhas ou pivetes, são crianças sem fronteiras
Somos filhos do progresso, Jovens capitães de areia
Trombadinhas ou pivetes, são crianças, são crianças

Vidas Secas - Graciliano Ramos



Livro: Vidas Secas
Autor: Graciliano Ramos
Baixe o Livro Gratuitamente: - Livro não esta disponibilizado publicamente, sendo assim o compre ou leia muitos resumos! (Livros com direitos publicos acesse http://www.dominiopublico.gov.br )

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Resumo:

Mudança
Em meio à paisagem hostil do sertão nordestino, quatro pessoas e uma cachorrinha se arrastam numa peregrinação silenciosa _ _ . O menino mais velho, exausto da caminhada sem fim, deita-se no chão, incapaz de prosseguir, o que irrita Fabiano, seu pai, que lhe dá estocadas com a faca no intuito de fazê-lo levantar. Compadecido da situação do pequeno, o pai toma-o nos braços e carrega-o, tornando a viagem ainda mais modorrenta _ .

A cadela Baleia acompanha o grupo de humanos agora sem a companhia do outro animal da família, um papagaio, que fora sacrificado na véspera a fim de aplacar a fome que se abatia sobre aquelas pessoas. Na verdade, era um papagaio estranho, que pouco falava, talvez porque convivesse com gente que também falava pouco _ _ .

Errando por caminhos incertos, Fabiano e família encontram uma fazenda completamente abandonada. Surge a intenção de se fixar por ali. Baleia aparece com um preá entre os dentes, causando grande alegria aos seus donos. Haveria comida. Descendo ao bebedouro dos animais, em meio à lama, Fabiano consegue água. Há uma alegria em seu coração, novos ventos parecem soprar para a sua família. Pensa em Seu Tomás da bolandeira. Pensa na mulher e nos filhos.

A inesperada caça é preparada, o que garante um rápido momento de felicidade ao grupo. No céu, já escuro, uma nuvem - sempre um sinal de esperança. Fabiano deseja estabelecer-se naquela fazenda. Será o dono dela. A vida melhorará para todos _ .

Fabiano
Em vão Fabiano procura por uma raposa. Apesar do fracasso da empreitada, ele está satisfeito. Pensa na situação da família, errante, passando fome, quando da chegada àquela fazenda. Estavam bem agora _ _ . Fabiano se orgulha de vencer as dificuldades tal qual um bicho. Agora ele era um vaqueiro, apesar de não ter um lugar próprio para morar. A fazenda aparentemente abandonada tinha um dono, que logo aparecera e reclamara a posse do local. A solução foi ficar por ali mesmo, servindo ao patrão, tomando conta do local. Na verdade, era uma situação triste, típica de quem não tem nada e vive errante. Sentiu-se novamente um animal, agora com uma conotação negativa. Pouco falava, admirava e tentava imitar a fala difícil das pessoas da cidade. Era um bicho _ .

A uma pergunta de um dos filhos, Fabiano irrita-se. Para que perguntar as coisas? Conversaria com Sinha Vitória sobre isso. Essas coisas de pensamento não levavam a nada. Seu Tomás da bolandeira, apesar de admirado por Fabiano pelas suas palavras difíceis, não acabara como todo mundo? As palavras, as idéias, seduziam e cansavam Fabiano.

Pensou na brutalidade do patrão, a tratá-lo como um traste. Pensou em Sinha Vitória e seu desejo de possuir uma cama igual à de Seu Tomás da bolandeira. Eles não poderiam ter esse luxo, cambembes que eram. Sentiu-se confuso. Era um forte ou um fraco, um homem ou um bicho _ ? Sentia, por vezes, ímpeto de lutador e fraqueza de derrotado.

Lembrando dos meninos, novamente, achou que, quando as coisas melhorassem, eles poderiam se dar ao luxo daquelas coisas de pensar. Por ora, importante era sobreviver. Enquanto as coisas não melhorassem, falaria com Sinha Vitória sobre a educação dos pequenos.

Cadeia
Fabiano vai à feira comprar mantimentos, querosene e um corte de chita vermelha. Injuriado com a qualidade do querosene e com o preço da chita, resolve beber um pouco de pinga na bodega de seu Inácio. Nisso, um soldado amarelo convida-o para um jogo de cartas. Os dois acabam perdendo, o que irrita o soldado, que provoca Fabiano quando esse está de partida. A idéia do jogo havia sido desastrosa. Perdera dinheiro, não levaria para casa o prometido. Fabiano, agora, pensava em como enganar Sinha Vitória, mas a dificuldade de engendrar um plano o atormentava.

O soldado, provocador, encara o vaqueiro e barra-lhe a passagem. Pisa no pé de Fabiano que, tentando contornar a situação à sua maneira, agüenta os insultos até o possível, terminando por xingar a mãe do soldado amarelo. Destacamento à sua volta. Cadeia. Fabiano é empurrado, humilhado publicamente.

No xadrez, pensa por que havia acontecido tudo aquilo com ele. Não fizera nada, se quisesse até bateria no mirrado amarelo, mas ficara quieto. Em meio a rudes indagações, enfureceu-se, acalmou-se, protestou inocência _ . Amolou-se com o bêbado e com a quenga que estavam em outra cela. Pensou na família. Se não fosse Sinha Vitória e as crianças, já teria feito uma besteira por ali mesmo. Quando deixaria que um soldadinho daqueles o humilhasse tanto? Arquitetou vinganças, gritou com os outros presos e, no meio de sua incompreensão com os fatos, sentiu a família como um peso a carregar _ .
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Mais uma linda produção independete de video no youtube da obra Vidas Secas, o video esta dividido em duas partes.



Vidas Secas- Graciliano Ramos- (Parte 1)


Vidas Secas- Graciliano Ramos- (Parte 2)


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Universo Musical!

Segue três letras e cifras de musicas que simboliza um pouco desta obra literária.

A Força Que Nunca Seca
Chico César
http://cifraclub.terra.com.br/chico-cesar/a-forca-que-nunca-seca/

Seca
Djavan
http://cifraclub.terra.com.br/djavan/seca/

Segue O Seco
Marisa Monte
http://cifraclub.terra.com.br/marisa-monte/segue-seco/gpph.html

Iracema - José de Alencar


Livro: Iracema
Autor: José de Alencar
Resumo :
A obra conta a história de amor vivida por Martin, um português, e Iracema uma índia tabajara. Eles apaixonaram-se quase que à primeira vista. Devido a diferença etnica, por Iracema ser filha do pajé da tribo e por Irapuã gostar dela, a única solução para ficarem juntos, é a fuga. Ajudados por Poti, Iracema e Martim, fogem do campo dos tabajaras, e passam a morar na tribo de Poti (Pitiguara). Isso faz com que Iracema sofra, mas seu amor por Martim é tão mais forte, que logo ela se acostuma, ou pelo menos, não deixa transparecer. A fuga de Iracema faz com que uma nova batalha seja travada entre os tabjaras e os pituguaras. Pois Arapuã quer se vingar de Martin, que “roubou” Iracema, mas Mertim é amigo de Poti, índio pitiguara, que irá protegê-lo.
Além disso, a tribo tabajara alia-se com os franceses que lutam contra os portugueses, que são aliados dos pitiguaras, pela posse do território brasileiro. Com o passar do tempo, Martim começa a sentir falta das pessoas que deixou em sua pátria, e acaba distanciando-se de Iracema. Esta, por sua vez, já grávida, sofre muito percebendo a tristeza do amado. Sabendo que é o motivo do sofrimento de Martim, ela resolve morrer depois que der à luz ao filho. Sabendo da ausência de Martim, Caubí, irmão de Iracema, vai visitá-la e dia que já a perdoou por ter fugido e dado às costas à sua tribo. Acaba conhecendo o sobrinho, e promete fazer visistas regulares aos dois.
Conta que Araquém, pai de Iracema, está muito velho e mal de saúde, devido à fuga de Iracema। Justo no período que Martim não está na aldeia, Iracema dá luz ao filho, ao qual dá o nome de Moacir. Sofrendo muito, não se alimentando, e por ter dado à luz recentemente, Iracema não suporta mais viver e acaba morrendo logo após entregar o filho à Martim. Iracema é enterrada ao pé de um coqueiro, na borda de um rio, o qual mais tarde seria batizzado de Ceará, e que daria também nome à região banhada por este rio. Ao meio desta bela história de amor, estão os conflitos tribais, intensificados pela intervenção dos brancos, peocupados apenas em conquistar mais territórios e dominar os indígenas.





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Achamos uma produção independete de video no youtube bem interresante e engraçada da obra Iracema, o video esta dividido em duas partes.

Iracema, O Filme - Parte 1/2 - Fundão


Iracema, O Filme - Parte 2/2 - Fundão




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IRACEMA - No Universo Musical!

A permanência de Iracema no universo cultural brasileiro é incontestável. Uma das manifestações artísticas que perpetuam a imagem da virgem dos lábios de mel, mesmo que nem sempre tão virgem ou idealizada, é a música popular brasileira contemporânea.
Vejamos dois exemplos de compositores populares que recorrem à imagem alencariana para compor suas canções:


Chico Buarque de Holanda

Iracema voou
Chico Buarque/1998


Iracema voou
Para a América
Leva roupa de lã
E anda lépida
Vê um filme de quando em vez
Não domina o idioma inglês
Lava chão numa casa de chá

Tem saído ao luar
Com um mímico
Ambiciona estudar
Canto lírico
Não dá mole pra polícia
Se puder, vai ficando por lá
Tem saudade do Ceará
Mas não muita
Uns dias, afoita
Me liga a cobrar:
-- É Iracema da América


Nessa canção, Chico Buarque de Holanda atualiza a lenda do Ceará, apresentando Iracema como uma emigrante que vai para a América, seguindo assim, a sina do primeiro cearense, Moacir.
Já Eduardo Dusek e Luiz Carlos Góes, na canção abaixo, vão desmontar a figura idealizada de Alencar, transportando a índia para o mundo atual, em que prevalecem a corrupção e a marginalidade nada românticas.


A índia e o traficante
Eduardo Dusek / Luiz Carlos Góes /1986

Noite malandra, um luar de espelho,
No meio da terra a índia colhe o brilho,
Som de suor, cheirada musical,
Palmeira que se verga em meio ao vendaval.
Sentia macia floresta,
Bolívia, montanha, seresta...

Índia guajira já colheu sua noite
Volta para a tribo meio injuriada,
Uma figueira numa encruzilhada
Felina, um olho de paixão danada,
Era Leão, famoso traficante,
Um outdoor, bandido elegante,
Que a levou para um apart-hotel
Que tem em Cuiabá.

Índia, na estrada, largou a tribo
Comprou um vestido, aprendeu a atirar,
Índia virada, alucinada pelo cara-pálida do Pantanal,
Índia guajira e o traficante
Loucos de amor, trocavam o seu mel,
Era um amor tipo 45,
E tiroteios rasgando o vestido,
Em quartos de motel.

Explode o amor, adiós para o pudor,
Guajira e o traficante passam a escancarar,
Rolam papéis, nos bares, nos bordéis,
Os dois de Bonnie and Clyde, assunto dos cordéis,
Maíra, pivete, amazônia,
Esqueceu Tupã, a sem-vergonha...

Dentro de um Cessna, bebendo champagne
Leão e seu bando a fazem sua chefona,
Índia fichada, retrata falada,
A loto esperada pelos federais,
Mas ela gosta de fotografia
E vira capa dos jornais do dia,
Enquanto espera uma tonelada da pura alegria.

Índia, sujeira, foi dedurada
Por um sertanista que era amigo seu,
Índia traída – “mim tô passada” –
Ela lamentava num mal português,
A Índia, deu um ganho, num Landau negro,
Chapa oficial, que era da Funai,
Passou batido pela fronteira,
Uma rajada de metralhadora...
Morta no Paraguai!



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Compre o livro tambem, Saraiva!

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