
Livro: Dom Casmurro
Autor: Machado de Assis
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Resumo:
Explica-se, primeiramente, o nome do livro e o porquê da alcunha a Bento Santiago de “Dom Casmurro”; o “Casmurro” por ter hábitos reclusos e calados, o “Dom” para ironicamente dar ares de fidalgo.
Este narrador-personagem, depois de tentar, sem sucesso, reconstituir sua vida através de uma cópia de sua casa na infância, Dom Casmurro ou Bentinho, como era chamado o personagem na sua infância, decide atar as duas pontas da sua vida, através de um livro, uma auto-biografia, tentando restaurar na velhice a adolescência e desta forma viver o já vivido.
Ele morava em uma casa com sua mãe D.Glória, uma viúva, tio Cosme e prima Justina e também José Dias, agregado da família, que já era considerado como membro desta.
Era Novembro de 1857, Bentinho escutou uma conversa, entre José Dias e sua mãe, este aconselhava D.Glória a colocar Bentinho no seminário o mais rápido possível, a fim de cumprir uma promessa feita no passado, porque já havia a desconfiança de que Bentinho estivesse apaixonando-se por uma vizinha, amiga de infância, Capitu.
Após escutar aquela conversa Bentinho acorda sentimentos que ainda não havia percebido e passa realmente a gostar de Capitu, após declarar-se e ser correspondido, começa a fazer mil planos para não ir para o seminário, mas não conseguiu escapar do destino imposto pela religiosidade da mãe.
Foi para o seminário, onde conheceu seu melhor amigo, Escobar e só conseguiu sair de lá após convencer sua mãe a custear os estudos de um outro menino e faze-lo padre em seu lugar.
Formou-se em Direito e retornou para casar-se com Capitu.
Escobar também saiu do seminário, casou-se com Sancha, a melhor amiga de Capitu e engajou-se no ramo do comércio, pouco tempo depois teve uma filha que chamou Capitolina, em homenagem a Capitu, pois os dois casais ficaram muito amigos.
Bentinho e Capitu, depois de um tempo de espera, conseguiram ter um filho que veio a chamar-se Ezequiel, em homenagem a Escobar, que chamava-se Ezequiel.
O tempo foi passando, a vida transcorria muito bem, até que um dia chega a notícia de que Escobar tinha morrido afogado, no enterro, Bentinho percebe que Capitu estava triste demais, mais que o normal e que tentava dissimular a tristeza.
No dia seguinte à morte de seu amigo, Bentinho repara na fotografia que tinha em sua casa do falecido, e nota uma semelhança com seu filho, a partir daí, começa então a surgirem fatos, situações e lembranças que comprovam que havia sido enganado pela sua esposa e seu melhor amigo.
O sentimento de traição era horrível e Bentinho até tentou suicidar-se, mas Ezequiel o fez perceber que apesar de ser um filho bastardo, havia o sentimento amoroso entre pai e filho.
Ezequiel foi colocado em um internato, mas à medida que o tempo foi passando sua semelhança com o falecido foi aumentando e nos finais de semana era impossível para Bentinho sentir-se em paz.
Bentinho não conseguiu expor claramente suas idéias para Capitu, não houve uma conversa muito clara entre o casal e Capitu por sua vez disse que a semelhança do menino com Escobar era casualidade do destino, mas mesmo assim decidiram partir para uma separação amigável, mantendo as aparências.
Bento resolveu então levar a família à Europa, e voltou de lá sozinho.
Viajou outras vezes à Europa, mas nunca mais voltou a ver Capitu.
O tempo foi passando e morreram Tio Cosme, D.Glória e José Dias.
Certo dia, Ezequiel voltou da Europa anunciando a morte de Capitu, Bentinho achou-o a imagem perfeita de Escobar. Passados alguns meses Ezequiel viaja para o Oriente Médio, onde morre de febre tifóide.
O adultério não foi comprovado já que o narrador-personagem apresenta uma série de provas e contraprovas, como por exemplo o fato de Capitu ser tão parecida com a mãe de Sancha sem haver parentesco algum entre elas.
Mortos todos, familiares e velhos conhecidos, Bentinho em sua vida fechada ainda tem algumas amigas que o consolam, mas jamais esquece o seu grande amor que, provavelmente, o traíra com seu grande amigo.
A narrativa de seu livro se mostra eficaz ao tentar atar duas pontas de sua vida: a adolescência com a velhice e após o término, para esquecer o relembrado, o revivido, nada melhor que escrever um outro livro: Uma História dos subúrbios do Rio de Janeiro.
A obra é um conto, não sendo educativo em si. Apresenta algumas passagens do “Otelo” de Shakespeare e comparações com Deuses Gregos. Apresenta uma lição de moral que é “não se deve confiar nos amigos e amigas de infância”. Não foi de todo bom, segundo essa crítica, pois se fosse escrito atualmente não seria considerado original, já que, é um caso de triângulo amoroso, a história de um jovem que se recusa ir ao seminário, são temas comuns à atualidade e mesmo em alguns programas de televisão, porém é ótimo ao mostrar a sociedade brasileira no século passado.
Segundo Freud, a relação afetiva com os pais e, sobre tudo com o pai, é de maior importância para o futuro, para uma considerada futura neurose. Isso serve para Bentinho, já que este não tinha pai e segundo Freud sofre do chamado complexo de Édipo.
Em sua crítica José Guilherme Merquior diz que o estilo narrativo de Dom Casmurro não discrepa dos dois romances precedentes que é sempre dos capítulos curtos. Diz que os títulos dos mini-capítulos servem com tom sarcástico.
José Guilherme diz que Machado de Assis não apresenta suas personagens, mas sim denúncias. Sua arte é sugestionada ao máximo.
Tem um humor feito de citações literárias, alusões mitológicas, linguagem figurada e expressões sentenciosas.
Já Barreto Filho diz que Machado de Assis vai a busca do trágico e sua visão em si se detém nas aparências das coisas. Sua arte tem a expressão (sentimento+razão) que é o ideal de Machado.
Dom Casmurro é uma contribuição brasileiríssima ao motivo básico da arte impressionista: a expressão elegíaca do tempo.
Antônio Cândido ressalta que os críticos que estudaram Machado nunca deixaram de inventariar sobre as causas do seu tormento social e pessoal, por isso, analisando o aspecto da vida intelectual, percebe-se que Machado sempre foi apoiado e aos cinqüenta anos já era considerado o maior escritor do país.
Finalizando, de tudo o que foi dito, resulta algo positivo para a crítica: a noção de que não era preciso ler com os olhos convencionais, mas com o senso desproporcionado e mesmo do anormal.
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